19/12/2011




É nestes dias em que a exaustão se apodera de mim, que me sinto vazia. Sinto necessidade de me agarrar a todos os objectos, todas as recordações. Dou por mim a remexer em baús fechados há demasiado tempo, agarro fotos de pessoas cujo nome já estava quase extinto na minha mente, remexo papéis com palavras indecifráveis que eu sei que fizeram sentido outrora. Vejo roupa tua, que deixas-te por engano, ou só porque me querias relembrar que eu nunca saberia viver sem ti e ingenuamente inalo aquele odor tão teu, que sem nenhum tipo de explicação ainda permanece lá. A memória está mais do que avivada e todas as feridas, que eu me esforço diariamente por fechar, estão abertas e provocam-me uma dor excruciante. O meu corpo cede e sinto as lágrimas caírem e formarem lindos desenhos abstractos no chão.
É aí que me sinto viva, o vazio foi-se, a dor permanece .

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